APRESENTAÇÃO DO CASO :
Paciente APB, 70 anos com antecedente apenas de tabagismo, o qual havia interrompido há 4 anos, detectou-se em exame ultra-sonográfico a presença de aneurisma de aorta abdominal, durante investigação urológica. Negava história familiar de aneurisma de aorta, sem história de claudicação intermitente ou sintomas neurológicos. Ao exame físico o paciente apresentava tumor abdominal pulsátil com aproximadamente 5 cm de diâmetro e outro em fossa ilíaca direita com aproximadamente 4 cm de diâmetro e presença de sopro sistólico. Todos os pulsos periféricos estavam presentes e de intensidade normal. Paciente foi submetido a tomografia computadorizada de abdome (figura 1)e avaliação das funções pulmonar, renal e cardíaca, que se mostraram dentro dos limites da normalidade, sendo considerado paciente com risco baixo para cirurgia.
Foi submetido a correção do aneurisma por laparotomia mediana, onde encontrou-se aneurisma de aorta abdominal com 5 cm de diâmetro com um colo proximal longo e de ilíacas comuns, sendo à direita com 4 cm de diâmetro e à esquerda com 2 cm de diâmetro (figura 2). Paciente foi submetido a colocação de prótese aorto-biilíaca externa, sendo ligadas as artérias ilíacas proximais, e a reimplante da artéria mesentérica inferior devido as ilíacas internas terem sido sacrificadas (figura 3). A evolução pós-operatória transcorreu sem intercorrências, sendo que atualmente o paciente encontra-se com 30 meses de seguimento sem alterações clínicas.
COMENTÁRIO :
A localização mais freqüente do aneurisma aterosclerótico é na aorta abdominal abaixo das artérias renais, e a sua incidência parece estar aumentando nas últimas décadas. Os aneurismas de aorta podem ser detectados pelo exame físico abdominal em pacientes não obesos e cujo aneurisma tenha um diâmetro maior ou igual a 5 cm (diâmetro normal da aorta infra-renal é em torno de 2,3 cm em homens). No entanto, a maioria dos aneurismas hoje, são descobertos através de exames complementares para investigação de outras doenças abdominais, em especial pela utilização da ultra-sonografia abominal. A complicação mais temida do aneurisma de aorta abdominal é a rotura. A rotura é um evento catastrófico, que resulta na morte de cem por cento dos pacientes não tratados e de cinquenta por cento dos pacientes que conseguem chegar vivos ao hospital. A chance de rotura é maior quanto maior o diâmetro do aneurisma, e em pacientes com hipertensão arterial e doença pulmonar. Atualmente recomenda-se a correção cirúrgica eletiva para pacientes portadores de aneurismas com diâmetro maior ou igual a 5 cm em todos os casos, a não ser que haja algum fator que aumente muito o risco cirúrgico, como doença renal, hepática, pulmonar ou cardíaca muito graves, ou em casos onde coexista doença que resulte em prognóstico menor do que dois anos, como é o caso de algumas neoplasias. Durante o ano de 1997 foram operados eletivamente 25 pacientes com aneurisma de aorta abdominal no HC da UNICAMP, sendo que nenhum paciente veio a falecer. No mesmo período foram operados, no mesmo hospital, 9 pacientes com aneurisma roto de aorta abdominal, sendo que apenas dois sobreviveram. Esses números servem para exemplificar a importância do diagnóstico, e intervenção no tempo correto, para esses pacientes cuja vida pode ser preservada quando corretamente tratados.
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