COMPONENTE DE VIGILÂNCIA PARA BERÇARIO DE ALTO RISCO-HRN

JANICE FRANCO FERREIRA da S. VEIGA* e EVANDRO LUIS OLIVEIRA**

Todos os recém-nascidos admitidos na neonatologia do CAISM se enquadram na definição do NNIS-HRN. São monitorizados desde o momento da admissão em todos os sítios de infecção.

Os dados de vigilância são registrados em formulários. Para cada infecção detectada, esta é anotada no formulário de infecção NNIS.

Diariamente são coletadas as seguintes informações de todos os clientes:

Todos os clientes são divididos em 04 categorias, conforme o peso de nascimento:

Todo recém nascido se mantém ao longo da internação, classificado na categoria em que foi admitido. Se o peso de nascimento foi de 800 gramas, ele permanecerá no grupo de menor de 1.000 gramas até sua alta hospitalar.

No primeiro dia do mês são contados: o número de clientes em cada categoria de peso ao nascer e o número de dias de internação de cada cliente no HRN. Estes dados são registrados na ficha mensal de vigilância do componente.

Os dados destes formulários são digitalizados em programas próprios, onde são somados para cada categoria:

TAXAS DE INFECÇÃO

Alguns métodos podem ser usados para calcular e ajustar as taxas de infecção do HRN e avaliar a média de permanência dos clientes.

Taxas por número de cliente-dia

Taxa global na categoria de peso X=(número de IHs em todos os sítios na categoria de peso X)dividido pelo (número de clientes-dia na categoria de peso X)mutiplicado por 1.000

Taxa de BSI associada a cat. U/C na categoria de peso X=(número de BSI associada a cat. U/C em clientes na categoria de peso X)dividido pelo (número de cat. U/C-dia na categoria de peso X)multiplicado por 1.000

Taxa de PNEU associada a respirador na categoria de peso X=(número de PNEU associada a respirador clientes na categoria de peso X)dividido pelo (número de respiradores-dia na categoria de peso X)multiplicado por 1.000

X=menor que 1000 gramas, 1001 a 1500 gramas, 1501 a 2500 gramas, maior que 2501 gramas

CAT.U/C=cateter umbilical e/ou central

BSI=infecção da corrente sanguínea

PNEU=infecção pulmonar

O cliente é multiplicado por 1.000, logo a taxa de infecção é expressa como número de infecções por 1.000 clientes-dia ou 1.000 procedimentos invasivos-dia.

Outra forma de calcular a taxa de infecção associada a procedimentos invasivos é a taxa de utilização de procedimentos (Device Utilization-DU) que mede as práticas invasivas e severidade da doença dos clientes no HRN, através da seguinte fórmula:

DEVICE UTILIZATION (DU)=número de procedimentos-dia/número de clientes-dia multiplicado por 100

onde:número de procedimentos-dia é a somatória do número de respirador-dia mais número de cateter U/C-dia

TAXA POR NÚMERO DE CLIENTES SOB RISCO

As taxas de infecção estratificadas por categorias de peso ao nascer podem ser calculadas usando como denominador o número de clientes sob risco, isto é, o número de clientes presentes na unidade no primeiro dia do mês mais o número de novas admissões no mês, em cada categoria de peso.

Taxa de infecção=número de IHs em todos os sítios na categoria de peso X/número de clientes sob risco na categoria de peso X multiplicado por 100

O quociente é multiplicado por 100, logo a taxa de infecção é expressa como o número de infecções por 100 clientes sob risco.

ESTRATÉGIAS PARA PERMITIR COMPARAÇÃO DE TAXAS

A média de permanência (ALOS), que pode ser calculada com informações coletadas da ficha de registro mensal de vigilância do componente HRN, é um ajuste para avaliar o risco médio de infecções dos clientes no HRN. Taxas de infecções específicas por categoria de peso ao nascer podem ser comparadas através do tempo e entre os hospitais. Entretanto, se a população de clientes com categoria de peso ao nascer é consideravelmente diferente, pode ser necessário ajustar estas taxas de infecção por uma medida, tal como o ALOS, antes de se fazer comparações significativas. Taxas de infecção que não são estratificadas por categoria de peso ao nascer não podem ser comparadas, mesmo quando ajustadas pelo ALOS, pois elas ignoram o mais simples e importante fator de risco para infecções hospitalares em recém nascidos criticamente doentes.

Uma estimativa da média de permanência dos pacientes no HRN pode ser calculada em cada categoria de peso ao nascer, usando a seguinte fórmula:

ALOS=a+b+c/d+e

onde, para cada categoria de peso ao nascer:

a= número de dias prévios gastos pelos pacientes no HRN no primeiro dia do mês.

b= número de dias gastos por todos os pacientes no HRN durante o mês (total de pacientes-dia)

c= número de dias adicionais que os pacientes presentes no HRN no último dia do mês pemanecerão nesta unidade (estimado pelo número de dias prévios de permanência dos recém-nascidos no primeiro dia do próximo mês).

d= número de pacientes no HRN no primeiro dia do mês.

e= número de pacientes admitidos no HRN durante este mês (novas admissões).

Cálculo do ajuste das taxas globais de infecção no HRN

As taxas de infecção globais específicas por categoria de peso ao nascer podem ser ajustadas pela média de permanência (ALOS), usando a seguinte fórmula:

Taxa ajustada=taxa global de infecção na categoria de peso X/ALOS dos pacientes na categoria de peso X

Como verificado no componente específico da unidade de terapia intensiva, a taxa global de infecção no HRN tinha uma correlação positiva com o ALOS do HRN (r=0,44 p=0,001) e a DU (r=0,34 p=0,005). A taxa global por pacientes-dia não tinha correlação com o ALOS (r=0,008 p=0,65), sugerindo que o uso de pacientes-dia como denominador ajuda a controlar os efeitos confusionais da média do tempo de permanência dos pacientes na unidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:

EDITADO POR CARLOS STARLING, CARLOS PINTO, BRÁULIO COUTO, SILMA PINHEIRO

EDITADO POR CARLOS STARLING, SILMA PINHEIRO e BRAÚLIO COUTO

*Enfermeira da CCIH do Hospital das Clínicas - UNICAMP

**Bolsista de Iniciação Científica do PIBIC-CNPq/PRP - Curso de Enfermagem - FCM - UNICAMP


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