HISTÓRIA DA ENFERMAGEM


Ana Carolina Ferreira


A Enfermagem, como ciência, não é descrita diretamente nos tempos antigos. Conhecimentos sobre ela vem envolta com os assuntos médicos, sociais e religiosos (PAIXÃO, 1979). A Enfermagem é concebida como parte integrante da prática médica e segundo Donnangelo (apud MELO et al., 1987) "como prática social, porque articulada do conjunto das práticas que compõem a estrutura das sociedades e portanto determinada econômica, política e ideologicamente". Sendo uma prática social, ela possui seu caráter histórico, pois se transforma e é determinada socialmente (MELO et al.,1987).
Historicamente, o cuidar, como ato feminino, iniciou-se com a difusão do cristianismo em Roma, levando muitas damas distintas a se dedicarem aos pobres e enfermos e a transformarem seus palácios em hospitais (PAIXÃO, 1979). Desta maneira a prática de enfermagem passou a ser realizada exclusivamente pela Igreja e a falta de fervor religioso, que ocorreu em meados da Revolução Protestante, levou-a a uma parcial decadência.
As técnicas de enfermagem começam a se organizar no final do século XIX, mais precisamente em 1860, na Inglaterra vitoriana, através de Florence Nightingale. As técnicas possibilitaram a instrumentalização do cuidado de enfermagem, surgiu a preocupação com o meio ambiente do paciente, a necessidade de luz, ar fresco, silêncio e principalmente higiene (ALMEIDA, 1984). Segundo Florence (apud SILVA et al., 1992) "a doença encontra-se fora do corpo do doente, cabe à enfermeira retirar os obstáculos para que a natureza possa agir". Em "Notes on Nursing", de sua autoria, ela evidencia a necessidade de uma preparação formal e sistemática das enfermeiras. Tais mudanças, que são chamadas de "A Enfermagem Moderna" foram implementadas nos Estados Unidos e em toda a Europa (SILVA et al., 1992).
No Brasil, a institucionalização da Enfermagem iniciou-se em 1890. Nesse ano, o Governo Provisório da Segunda República cria, no Hospício Nacional de Alienados do Rio de Janeiro uma escola para formação de profissionais de enfermagem nos moldes existentes em Salpetriere. Para organizar essa escola são chamadas irmãs de caridade francesas. Desta maneira, o preparo das enfermeiras é considerada como um sacerdócio (Oliveira, 1979). Em 1893 o Hospital da Associação dos Estrangeiros recruta enfermeiras inglesas para treinar estagiários, iniciando-se a influência inglesa na atenção de enfermagem (Oliveira, 1979)
No início dos anos 20 surge a necessidade de preparar mais profissionais para, principalmente, controlar as endemias. Cria-se o Serviço de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, supervisionado por enfermeiras americanas. Em 1926 o Serviço passa a denominar-se Escola de Enfermeiras Dona Ana Neri, sendo elevada, por decreto, à escola oficial padrão (Oliveira, 1979).
No presente, são muitas as escolas de Enfermagem existentes no Brasil, tanto de nível médio como superior. Gradativamente a profissão foi tomando espaço na sociedade e hoje os enfermeiros são essenciais em qualquer Instituição de Saúde. A profissão buscou especializações e aprimoramentos e os estudos publicados são muitos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, M.C.P. A construção do saber na enfermagem. Evolução histórica. In:SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA EM ENFERMAGEM, 3. ed., Florianópolis,1984. Anais, pag.58-77.
EVORA, Y.D.M. Processo de informatização em enfermagem : orientações básicas. São Paulo : EPU, 1995. 122p.
LOPES, M.H.B.M. et al. O departamento de enfermagem do Hospital Virtual Brasileiro. In: FÓRUM NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM SAÚDE, 3., Campos de Jordão, 1996. Anais. v.2, São Carlos, SCHIABEL, H. et al. (ed.), 1996. p.779 /Síntese/
MARIN, F.H. Informática em enfermagem. São Paulo : EPU, 1995. 122 p.
MELO, C.M.M; SILVA,N.F. Processo de trabalho e Divisão de trabalho na Enfermagem. XXXIX Congresso Brasileiro de Enfermagem, Bahia 1987.
PAIXÃO, W. História da Enfermagem. 5.ed., Rio de Janeiro, Júlio C. Reis, 1979.
OLIVEIRA, M.I.R. Enfermagem e estrutura social. In: Congresso Brasileiro de Enfermagem, 31, Fortaleza, 1979. Anais. Fortaleza, Associação Brasileira de Enfermagem, 1979, p.9-26.
SILVA, E.M, LIMA, R.A.G, MISHIMA, S.M. - A arte de curar e a arte de cuidar: a medicalização do hospital e a institucionalização da Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 46, n. 3/4, p. 301-308, jul/dez 1993.

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