VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Vigilância epidemiológica de infecções hospitalares é a observação ativa, sistemática e contínua da ocorrência e da distribuição dessas infecções entre os pacientes hospitalizados e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna de ações de controle.
- TIPOS DE VIGILÂNCIA
São indicados três métodos para a vigilância epidemiológica de infecções hospitalares: prospectivo, retrospectivo e de prevalência.
A CCIH deverá escolher o método que melhor se adeque às características do hospital, estrutura de pessoal e natureza do risco.
A vigilância epidemiológica poderá incluir todos os pacientes, serviços e procedimentos ou parte deles.
A definição sobre quais grupos de pacientes, serviços ou procedimentos serão objetos de vigilância é feita com base em critérios de magnitude, gravidade, redutibilidade ou custo.
Desta forma, a critério da CCIH, poder-se-á manter vigilância epidemiológica total (todos os pacientes, serviços, procedimentos) ou seletiva, orientada para o controle de determinada topografia, serviço ou procedimento.
A vigilância epidemiológica poderá extender-se ao acompanhamento ambulatorial de egressos e de pacientes em ambulatórios, em especial na vigilância de infecção cirúrgica e de recém-nascidos.
- INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
Os indicadores mais importantes a serem levantados e analisados periodicamente por serviço e por hospital são:
a)Taxa de doentes com infecção hospitalar, tendo como numerador o número de doentes que apresentarem infecções hospitalares no período considerado, e como denominador o total de saídas (alta, óbitos e transferências ocorridas no mesmo período);
b)Taxa de infecções hospitalares, tomando como numerador o número de episódios de infecções hospitalares e como denominador as saídas ocorridas no mesmo período considerado;
c)Taxa de doentes com infecção hospitalar por causa básica de internação, tendo como numerador o número de infecções hospitalares e como denominador o total de saídas, na mesma causa de internação;
d)Estrutura percentual da infecção hospitalar por localização topográfica no paciente;
e)Taxa de infecção hospitalar por procedimento de risco, tendo como numerador o número de pacientes submetidos a determinados procedimentos de risco que desenvolveram infecção hospitalar e como denominador o número total de pacientes submetidos a este procedimento, no período considerado.
**Taxa de supuração de ferida cirúrgica de acordo com o potencial de contaminação
**Taxa de infecção urinária após cateterismo vesical;
**Outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a ocorrência respectiva o indicar, da mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas de infecção cirúrgica por cirurgião e por serviço;
f)Distribuição de infecções por microorganismos;
g)Coeficiente de sensibilidade aos antimicrobianos, tendo como numerador o número de cepas bacterianas sensíveis a determinado antimicrobiano e como denominador o total de culturas do mesmo agente realizadas a partir de espécimes encontrados causando infecção hospitalar no hospital(a ser levantado pelo menos semestralmente);
h)Indicadores de consumo de antimicrobianos:
**Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos(uso terapêutico, uso profilático e total) no período considerado;
**Freqüência(%)com que cada antimicrobiano é empregado, em relação aos demais;
i)Taxa de letalidade associada à infecção hospitalar, tendo como numerador o número de óbitos ocorridos em pacientes com infecções hospitalares e como denominador o número de pacientes que desenvolveram infecções hospitalares;
j)Taxa de infecção comunitária, tendo como numerador o número de infecções comunitárias e como denominador o número de saídas.
2.2 Considerando a estreita correlação entre tempo de permanência e risco de infecção, poder-se-ão construir indicadores bem mais precisos se for usado como denominador o número de pacientes-dias ao invés de número de saídas.
- COLETAS DE DADOS
Os dados com os quais são produzidos os indicadores utilizados na vigilância epidemiológica das infecções hospitalares devem ser coletados, preferencialmente, por metodologia ativa, tendo suas fontes em:
**resultados de exames microbiológicos;
**prontuários de pacientes internados;
**outras anotações de enfermagem;
**dispensação de materiais médico-hospitalares, antimicrobianos e soluções parenterais de grande volume feita pelo serviço de farmácia;
**exame de pacientes internados;
**laudos de exames radiológicos, tomográficos, endoscópicos, de patologia e outros;
**Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME);
**indicadores hospitalares.
A escolha das fontes de dados a serem utilizados deverá ser feita com base em critérios de sensibilidade estatística. É recomendável a utilização do maior número possível de fontes.
Não são recomendados os métodos de coleta de dados para a vigilância epidemiológica baseados exclusivamente em notificação (métodos passivos de produção de dados) ou em revisão retrospectiva de prontuário.
- RELATÓRIOS
O Serviço de Controle de Infecções Hospitalares deverá construir os indicadores epidemiológicos adotados, analisá-los e interpretá-los. Um relatório com estas informações deverá ser publicado periodicamente, submetido e aprovado pela Comissão de Controle de Infecções Hospitalares, divulgado a todos os serviços e à Direção e promovido seu debate entre a comunidade hospitalar.
Os relatórios deverão conter informações sobre o nível endêmico das infecções sob vigilância e as alterações de comportamento epidemiológico detectadas, bem como sobre as medidas de controle adotadas e os resultados obtidos. Cada cirurgião deverá receber, anualmente, um relatório mostrando suas taxas individuais de infecção e a taxa média de infecção entre pacientes de outros cirurgiões de serviço equivalentes.
- INVESTIGAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS
Todas as alterações de comportamento epidemiológico (surtos, epidemias, aparecimento de novos agentes ou aumento da gravidade) deverão ser objeto de investigação epidemiológica, cujo relatório ficará arquivado no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.
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