Duração da gestação e hormônios do parto
 
 

O trabalho de parto se dá ao final da gestação, e é o processo onde há a dilatação da cérvix e a expulsão do feto e dos outros produtos da concepção. Quando há efetivamente o nascimento do feto, é denominado parto.

A gravidez a termo é aquela em que o trabalho de parto se dá por volta do décimo mês lunar, ou seja, acontece na época certa.

O curso do trabalho de parto irá ser diferente de mulher para mulher, dependendo, também, de trabalhos de partos sucessivos da mesma mulher.

Quando começa o trabalho de parto, a cabeça do feto irá exercer uma pressão contra o colo uterino, que estimulará um reflexo hormonal, aumentando a secreção de ocitocina pela hipófise anterior.

A ocitocina é um hormônio que potencializa as contrações uterinas tornando-as fortes e coordenadas, até completar-se o parto.

Quando inicia a gravidez, não existem receptores no útero para a ocitocina.

Estes receptores vão aparecendo gradativamente no decorrer da gravidez. Quando a ocitocina se liga à eles, causa a contração do músculo liso uterino e também, estimulação da produção de uma prostaglandina, pelo útero, que ativará o músculo liso uterino.

O parto depende tanto da secreção de ocitocina quanto da produção das prostaglandinas, porque sem estas, não haverá a adequada dilatação do colo do útero e consequentemente, o parto não irá progredir normalmente.

Não se conhece bem os fatores desencadeantes do trabalho de parto. Provavelmente, existe um sinal hormonal do feto, que irá estimular o parto normal.

Ainda não se sabe o que impede o parto prematuro, uma vez que nas fases finais da gravidez, há uma elevação do nível de ocitocina e de seus receptores, o que poderia ocasionar o início do trabalho de parto, antes do fim total da gravidez.

Existem possíveis fatores inibitórios do trabalho de parto, como a proporção estrogênio/progesterona e o nível de relaxina.

A progesterona mantém seus níveis elevados durante toda a gravidez, inibindo o músculo liso uterino e bloqueando sua resposta à ocitocina e às prostaglandinas. O estrogênio aumenta o grau de contratilidade uterina. Na última etapa da gestação, o estrogênio tende a aumentar mais que a progesterona, o que faz com que o útero consiga ter uma contratilidade maior.

A relaxina aumenta o número de receptores para a ocitocina. O nível de relaxina aumenta ao máximo antes do parto e depois cai rapidamente.

Ainda não se conhecem os fatores que realmente interferem no trabalho de parto, mas uma vez que ele tenha iniciado, há um aumento no nível de ocitocina, elevando muito sua secreção, o que continua até a expulsão do feto.