- Renda: avaliada pelo Produto Interno
Bruto (PIB) real per capita;
- Saúde: avaliada pela esperança
de vida ao nascer;
- Educação: avaliada pela taxa de alfabetização de adultos e taxas
de matriculados nos níveis primário, secundário e terciário combinados.
Para MINAYO, HARTZ & BUSS (2000) o IDH tem boa
aceitação, podendo ser aplicado em realidades distintas, mas apresenta
limitações para comparar a qualidade de vida entre territórios ou mesmo
ao longo do tempo, bem como tem dificuldade para delimitar se houve crescimento
ou desenvolvimento no território. Este indicador foi importante para o
surgimento de outros que também visam quantificar a qualidade de vida, porém
têm menor divulgação.
Pode-se citar o Índice de Condições de Vida
(ICV), desenvolvido pela Fundação João Pinheiro, em Belo Horizonte, em 1998 e foi posteriormente adequado e utilizado
pelos demais municípios brasileiros. Este índice é composto por cinco dimensões: renda; educação; infância; habitação e
longevidade, abordando vinte aspectos distintos. O Índice de Qualidade de Vida (IQV) é um outro indicador,
elaborado pela Folha de São Paulo, em 1999 que inclui nove itens, sendo eles: trabalho; segurança;
moradia; serviços de saúde; dinheiro; estudo; qualidade do ar; lazer e serviços de transporte.
Com relação a qualidade de vida
no trabalho houve grandes progressos devido ao modo de organização do
trabalho, estando parte das empresas valorizando seus integrantes,
possibilitando maior atuação no processo de produção, aumento da motivação
no trabalho e garantindo uma maior qualidade do produto, bem como o
favorecimento da saúde mental e física do trabalhador.
Para LACAZ (2000,156)"é inadmissível falar em qualidade
do produto sem tocar na qualidade dos ambientes e condições de trabalho, o que seria sobremaneira auxiliado
pela democratização das relações sociais nos locais de trabalho".
Para proporcionar condições para que haja melhora na
qualidade de vida no trabalho e do trabalhador algumas empresas preocupadas com este enfoque
e em manter também a qualidade de seus produtos e a produtividade têm utilizado estratégias
para favorecer estas condições, como por exemplo, a ginástica laboral, períodos de descanso
dentro da rotina do trabalho (pausas), maior participação do trabalhador na organização
e tomada de decisões no processo de produção, dentre outras.
Segundo COCCO (2001) as empresas devem pensar a saúde
do trabalhador numa nova perspectiva, a da promoção à saúde no trabalho, que tem reflexos na competitividade
das empresas e do próprio país, além de investir na qualidade de vida no trabalho e do trabalhador. Isso
ocorre devido a determinados aspectos serem importantes tanto para a empresa quanto para o país, como é
o caso do custo com os dias de afastamento, a retirada precoce do trabalho por invalidez e os acidentes de trabalho.
Deve ainda ser considerada a relação saúde mental e trabalho, uma vez que tem-se
elevado o número de pessoas acometidas, principalmente por distúrbios leves, como ansiedade, tristeza, depressão e stress.
A qualidade de vida no trabalho (QVT),
de acordo com CHIAVENATO (1999, 391)"representa em que graus os membros da
organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do
seu trabalho na organização."
O mesmo autor destaca os fatores envolvidos
na QVT, que são: "a satisfação com o trabalho executado; as
possibilidades de futuro na organização; o reconhecimento pelos resultados alcançados;
o salário recebido; os benefícios auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo e
da organização; o ambiente psicológico e físico do trabalho; a liberdade e responsabilidade
de decidir e as possibilidades de participar." CHIAVENATO (1999,391)
Deste modo, tanto as características individuais
quanto as organizacionais são determinantes para a qualidade de vida no trabalho. Alguns autores
propõem modelos de QVT, que serão abordados abaixo:
De acordo com NADLER & LAWER apud CHIAVENATO (1999, 392)
a QVT está fundamentada em quatro aspectos:
"1- Participação dos funcionários nas decisões.
2- Reestruturação do trabalho através do
enriquecimento de tarefas e de grupos autônomos de trabalho.
3- Inovação no sistema de recompensas para
influenciar o clima organizacional.
4- Melhoria no ambiente de trabalho tanto físico
quanto psicológico."
Segundo HACKMAN & OLDHAN apud CHIAVENATO (1999, 392)
as dimensões dos cargos refletem em aspectos psicológicos que afetam os
resultados pessoais e de trabalho, que interferem na QVT. Estas dimensões do cargo são:
"1- Variedade de habilidades.
2- Identidade da tarefa.
3- Significado da tarefa.
4- Autonomia.
5- Retroação do próprio trabalho.
6- Retroação extrínseca.
7- Inter-relacionamento."
Os referidos autores "utilizam um modelo de pesquisa
sobre o diagnóstico do trabalho baseado em um inventário de diagnóstico das características do
cargo para medir o grau de satisfação geral e o grau de motivação interna como diagnóstico
da QVT". CHIAVENATO (1999, 392)
O terceiro modelo de QVT é de WALTON,
que estabelece oito fatores que afetam a QVT:
"1- Compensação justa e adequada - remuneração do trabalho adequada.
2- Condições de segurança e saúde no trabalho - jornada de trabalho e ambiente físico adequados.
3- Utilização e desenvolvimento de capacidades - desenvolver a autonomia, autocontrole e obter informações sobre o processo total do trabalho.
4- Oportunidades de crescimento contínuo e segurança - desenvolvimento pessoal e segurança no emprego de forma duradoura.
5- Integração social na organização.
6- Constitucionalismo - estabelecimento de normas e regras da organização,além de direitos e deveres do trabalhador.
7- Trabalho e espaço total de vida - o trabalho não deve absorver todo o tempo e energia do trabalhador.
8- Relevância social da vida no trabalho - o trabalho como uma atividade social que traga orgulho para a pessoa participar da organização." CHIAVENATO (1999, 393)
Através destes modelos, pode-se perceber a importância da empresa
valorizar os trabalhadores, enfatizando as condições físicas e psicológicas dos mesmos, possibilitando oportunidades
para estarem em sintonia com os objetivos da instituição. Assim, ao investir em
melhores condições de vida no trabalho e do trabalhador, a empresa estará
investindo indiretamente na elaboração de seus produtos, garantindo uma melhor qualidade
e produtividade.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
MINAYO,M. S. C.; HARTZ, Z. M. A.;
BUSS, P.M. - Qualidade de vida e saúde: um debate necessário.Ciência &
Saúde Coletiva - n. 05, vol. 01, 2000.
BUSS, M. P. - Promoção da saúde e
qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva - n. 05, vol. 01, 2000.
LACAZ, F. A. C. - Qualidade de vida no trabalho
e saúde / doença. Ciência & Saúde Coletiva - n. 05, vol. 01, 2000.
COCCO, M. I. M. - Promoção à saúde no trabalho.
Projeto de Pesquisa. Campinas, 2001.
CHIAVENATO, I. - Gestão de Pessoas; o novo papel
dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
* Aluna do Curso de Graduação em
Enfermagem da Unicamp e bolsista de Iniciação Científica do
PIBIC - CNPq.
Orientadora Profa. Dra. Maria Inês Monteiro Cocco.
Co-orientadora Profa. Dra. Maria Helena Baena de Moraes Lopes.
Voltar