O envelhecimento como um processo
irreversível a que todos estamos sujeitos deve ser melhor
compreendido principalmente numa época, em que nosso país
arca com um crescente número da população
de idosos, e que junto a isto possui uma sociedade despreparada
praticamente em todas as suas esferas para lidar com esta realidade
(RAMOS, 1995).
O Brasil vem passando atualmente
por uma grande mudança no seu perfil demográfico
com um incremento intensivo do número tanto absoluto como
relativo de idosos. Este quadro se deve a uma crescente queda
de fecundidade, ocorrida concomitantemente com o aumento da expectativa
de vida. (VERAS, 1994 ).
Dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) evidenciam que, segundo
RAMOS (1995), em 2025 o Brasil terá a sexta população
de idosos do globo. Esta realidade acarretará um grande
problema social, uma vez que esta população vive,
em sua maioria, em situação financeira precária,
o que levará a uma cadeia de problemas com repercussões
sobre a qualidade da assistência a saúde agravando
as deficiências atuais nesta área.
É necessário que
a sociedade considere e aceite o idoso como pessoa, porém
sem desconhecer suas necessidades distintas, que devem ser atendidas.
Pois o que geralmente se observa é a visão do idoso
apenas como alguém improdutivo e doente a espera da morte.
Este conceito deve mudar pois, conforme previsões, teremos
em 2025 uma população de 15% de idosos, o que corresponderá
a aproximadamente 33.882 pessoas com mais de 60 anos (VERAS, 1994)
.
A população idosa
forma uma faixa etária mais sujeita a problemas de saúde,
com isso pode-se esperar um aumento intenso de enfermidades crônicas
todas elas com baixa letalidade e alto grau de incapacitação
produzindo, assim, onerosos gastos numa área já
tão carente de recursos (VERAS, 1994).
Diante destes fatos fica claro
a necessidade de uma maior atenção a esta população
em franca expansão, e desassistida. É de elevada
urgência que se iniciem programas que voltem sua atenção
a estes idosos, que tem diversas vezes suas necessidades e problemas
pouco conhecidos tanto pelo público em geral quanto pelos
profissionais de saúde.
Na formação do pessoal
de enfermagem deve-se investir amplamente no preparo para a assistência
aos idosos, já que são geralmente portadores de
diversos distúrbios psico-sócio-econômicos,
constituindo-se clientes mais complexos, que exigem do enfermeiro
mais tempo para a prestação dos cuidados. Os idosos
costumam ser portadores de múltiplas enfermidades, tendo
uma média de aproximadamente 3,7 diagnósticos por
idoso ( MONTEIRO, 1989).
A Enfermagem Gerontológica,
conforme Guntyer e Estes ( apud PEREZ, 1993 ) abrange os conhecimentos
específicos de enfermagem acrescidos daqueles relacionados
ao processo do envelhecimento, sendo o campo da Enfermagem que
se especializa na assistência ao idoso. A equipe de enfermagem
deve zelar para que o idoso consiga aumentar os hábitos
saudáveis, diminuir e compensar as limitações
inerentes da idade, confortar-se com a angústia e debilidade
da velhice, incluindo o processo de morte.
Deve ainda a enfermeira atuar
estimulando o autocuidado, atuando na prevenção
e não-complicação das doenças inevitáveis,
individualizando o cuidado a partir do princípio de que
cada idoso vai apresentar um grau diferente de dependência,
diferindo assim a maneira de assistência. Considerando os
fatos relatados, mostra-se necessária e urgente a divulgação
e discussão das diferenças que o aumento da população
idosa acarretará na sociedade como um todo, principalmente
na área da saúde, salientando-se o novo papel dos
idosos em nossa sociedade, para que tanto os profissinais quanto
a população em geral possam atender de maneira satisfatória
novas demandas.
É nossa proposta desenvolver
dentro do Departamento de Enfermagem do Hospital Virtual Brasileiro
a sub-especialidade de Enfermagem em Saúde do Idoso que
conterá informações destinadas a profissionais
de enfermagem, especialistas ou não, e pessoas leigas usuárias
da Internet. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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