A preocupação com a oferta de leite humano nas Unidade de Terapia Intensiva (UTI)e o fato de existirem situações onde, por algum motivo, o RN não pode receber o leite de sua própria mãe, remetem a questão para o funcionamento adequado e implementação do Banco de Leite Humano nas maternidades.
O Banco de Leite Humano (BLH) é um centro
especializado e obrigatoriamente ligado a um hospital materno e (ou) infantil,
responsável pela promoção e incentivo ao aleitamento
materno e execução de coleta, processamento
e controle de qualidade do colostro, leite de transição
e leite humano maduro, para posterior distribuição,
sob prescrição médica ou de nutricionista.
É uma instituição sem fins lucrativos, sendo vetada
a comercialização dos produtos por ela distribuídos.
É responsabilidade do BLH orientar, executar e
controlar as operações de controle, seleção
e classificação, processamento, controle clínico,
controle de qualidade e distribuição. Compete aos BLHs a
promoção do Aleitamento
Materno.
Os Bancos de Leite Humanos no Brasil começaram a surgir na década de 30 até 1981, quando da implantação do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno - PNIAM, não chegaram a constituir um fator de representatividade em Saúde Pública.
Os Estados Unidos e a Inglaterra já contavam com Bancos de Leite Humanos antes da II Guerra Mundial. Entretanto a preocupação com os cuidados e a criação do mesmos diminuiu muito em todo mundo, em função do abandono do Aleitamento Materno. Muitos deste bancos já contavam, na época, com técnicas apuradas, com análise nutricional e controle de transmissão de infecção através de contagem de colônias de bactérias nas amostras coletadas.
A existência de normas para doação
de leite humano tem sua origem desde a época do Império,
quando a preocupação com a saúde das crianças
levou D. PedroII a outorgar um legislação para disciplinar
o "serviço de ama-de- leite".
A partir da implantação do PNIAM, os BLHs
apareceram de forma expressiva, com resultados não esperados. Em
1984, tornaram-se motivo de preocupação para PNIAM devido
a proliferação desordenada sem atender aos objetivos e procedimentos
uniformes, constando entre outros fatos, a compra e venda de leite humano,
a sua troca por cestas alimentícias e a falta de controle de qualidade
do produto.
OBJETIVOS
DO BANCOS DE LEITE HUMANO
OBJETIVO GERAL
Desenvolver atividades que atendam à filosofia do projeto e garantam o acesso da população alvo ao Banco de Leite.
OBJETIVO ESPECÍFICOS
-Coletar leite humano, possibilitando
estoque regular a sua demanda;
O número de pessoas na equipe
varia conforme a clientela a ser atendida pelo BLH, a composição da equipe multidiciplinar e
a instituição.
São atribuições dos membros da equipe multidisciplinar
neste local:
A autora desta página é bolsista de Iniciação Científica da FAPESP. Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Baena de Moraes Lopes
Agradecimentos: Profa. Ianê Nogueira do Vale pela revisão do texto e cessão das fotos.
-Organizar cadastro das doadoras
para possibilitar a coleta domiciliar, se possível;
-Distribuição do
leite;
-Controle da Autenticidade e das
propriedades bacteriológicas do leite, logo após a sua coleta;
-Conservação e Estocagem;
-Propiciar às doadoras e
a seus dependentes menores condições favoráveis de
atendimento médico, nutricional e social;
-Prestar informações
técnico- cientificas à comunidade, visando constituir para
o estímulo do Aleitamento Materno.
Tipos
de Banco de Leite
Para fins esquemáticos o BLH poder ser dividido em
três tipos:
- uma área geográfica de doadores;
- um serviço volante para recolhimento do leite (ambulância
apropriada, ligada a um sistema de motocicleta.)
a) área de recepção e lanche;
b) área de vestiário (cabine para a preparação
da doadora);
c) área de estocagem do leite coletado (freezer, etc.)
CLIENTELA
A seleção das doadoras
pode iniciar no pré-natal. Todas as gestantes, comprovadamente
sadias, por meio de curso ou por orientação das enfermeiras
do Serviço de Obstetrícia, são motivadas a doar seu
leite, explicando-lhes que o Hospital não vai recompensá-las
pecuniariamente.
Motivos que levam a doadora
a ser considerada inapta para doação :
CARACTERÍSTICAS
DAS INSTALAÇÕES
Os BLH, bem com os Postos de coleta
devem satisfazer às seguintes condições básicas
para seu funcionamento, considerandos os seguintes ítens:
O BLH deve obedecer a um "lay-out",
que permita bom fluxo operacional, evitando cruzamento, e que facilite
a sua higienização.
O BLH deve dispor de uma planta
física contendo as seguintes Áreas:
1. Produto pasteurizado-refrigerador, 48 horas;
2. Produto pasteurizado-congelador, 6 meses;
3. Produto pasteurizado-liofilizado, 1 ano .
Efetuar rigoroso controle de de temperatura dos freezers para evitar
flutuação prejudiciais à manutenção
do produto.
RECURSOS
HUMANOS
-Responder junto a direção pela realização
do programa;
-Fiscalizar a manipulação do leite, desde a coleta até
a entrega ao cliente;
-Manter o entrosamento com os servidores;
-Fazer previsão do orçamentário;
-Determinar a aquisição de material necessário e zelar
pela execução do orçamento;
-Controlar a distribuição do material , consumo e estoque;
- Zelar pelas intalações, pelo material e pela condições
de higiene;
-Controlar a freqüência de atividade do pessoal;
-Elaborar e manter atualizadas as rotinas do serviço;
- Preparar relatório e boletins técnicos periódicos;
- Organizar mapas refentes ao movientos diário, mensal, e anual
das atividades do BLH;
-Elaborar
e apresentar à equipe o plano de trabalho;
-Planejar, executar e avaliar, em conjunto com a equipe o programa
de atividades;
-Promover cursos encontros, visando ao aperfeiçoamento profissional
do serviço;
-Participar do treinamento do pessoal, tanto em curso regulares, como em
serviço;
-Elaborar e apresentar
à equipe o plano de trabalho;
-Planejar,
executar e avaliar, em conjunto com a equipe, o programa de atividades;
-Promover cursos encontros, visando ao aperfeiçoamento profissional
do serviço;
-Participar do treinamento do pessoal, tanto em curso regulares, como em
serviço;
Cabe ao médico:
-Proceder o controle médico
das doadoras;
-Decidir, em conjunto
com a doadora, a matrícula ou seu desligamento;
-Estabelecer periodicidade
para o exame das doadoras, entre outras.
Estas informações podem ser obtidas através da
AMAMENTAÇÃO ON LINE, no site da IBAFAN.
BIBLIOGRAFIA
1. MARTINS, J.F. Como e Porque Amamentar. São
Paulo,p.173-85, SAVIER, 1984.
2. FONTES, J.A.S. Perinatologia Social. São
Paulo, p.488-99. Fundo Editorial BYK Procienix, 1984.
3. BRASIL, Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Alimentação e
Nutrição - INAN. Secretaria de Programas Especiais - SPE. Programa
Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno - PNIAM. Normas gerais para Banco de Leite Humano. Brasília,
Ministerio da Saúde, 1993, 20p.
4. BRASIL, Ministério da Saúde,Instituto Nacional de Alimentação e
Nutrição - INAN. Secretaria de Programas Especiais - SPE. Programa
Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno - PNIAM. Recomendações Técnicas para o Funcionamento
de Bancos de Leite Humano . Brasília, Ministerio da Saúde,
1993, 60p.
5.BRASIL, Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Alimentação e
Nutrição - INAN. Secretaria de Programas Especiais - SPE. Programa
Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno - PNIAM. Manual de Rotinas para Banco de Leite Humano. Brasília,
Ministerio da Saúde, 1993, p; 36p.