Esterilização de instrumentais de manicure/pedicure

Juliana Capellazzo Romano*


Os instrumentais de uso em manicure e pedicure requerem esterilização devido ao risco que oferecem aos usuários de transmitirem doenças por meio de perfuração ou corte nos casos de acidentes com os materiais, pois, na maioria dos locais, os clientes não têm o hábito de levar consigo seus próprios instrumentos.

Nestes estabelecimentos podem ser utilizadas pequenas autoclaves para a esterilização. Estes equipamentos são de tamanho bem reduzido, ideais para esterilização de quantidade pequena de material, como é o caso de salões de manicure e pedicure, consultórios médicos e odontológicos, pequenos centros de saúde e outros. Eles esterilizam a uma temperatura de 134oC em 12 minutos (ciclo total de esterilização).

O custo deste tipo de equipamento é relativamente baixo, variando em torno de R$ 2.000,00.

Ver mais detalhes sobre esterilização em autoclaves em: esterilização por vapor saturado sob pressão.

 

Outra opção de esterilização são as estufas – uso do calor seco. Os cuidados para este tipo de esterilização são melhor descritos em: esterilização por calor seco.

Neste tipo de esterilização, deve-se utilizar o tempo de 2 horas a 160oC, para se atingir o vírus da hepatite e o HIV. Outro cuidado importante é o de não abrir a porta da estufa durante a esterilização.

 

Pode-se ainda, em locais de poucos recursos, utilizar-se o método de esterilização com o uso da panela de pressão. Este método, embora não esterilize grande quantidade de material, segue os princípios da esterilização por autoclave, é eficiente e simples, podendo ser realizada até mesmo no domicílio. Veja como realizar e os cuidados a serem tomados: esterilização em panela de pressão.

 

Comumente tem-se observado o uso de câmaras de luz ultravioleta. Este método utiliza radiação não-ionizante, é utilizada em algumas unidades de saúde, mas apresenta alguns inconvenientes como:

A eficácia e uso da radiação ultravioleta depende de muitos fatores, dentre eles a presença de matéria orgânica, o tipo de microrganismo presente, a intensidade da radiação, a sujidade na superfície do material.

Convém aqui salientar que alguns estudos relatam que o vírus da imunodeficiência humana (HIV) é resistente à luz ultravioleta em doses muito mais altas do que a comumente utilizada em laboratórios, consultórios e salões de manicure e pedicure.

Sendo assim, a radiação ultravioleta não é considerada um processo de esterilização. Ver mais detalhes em: esterilização por radiação não-ionizante.

 

Cuidados importantes:

Uma etapa IMPORTANTÍSSIMA que antecede a esterilização é a limpeza do material. Esta etapa deve ser muito bem realizada para que a eficácia da esterilização seja garantida. A limpeza deve ser feita com o uso de detergente neutro e uma escova (pode ser uma escova de dente) e deve-se atentar para os locais onde se acumula sujidade.

Em casos excepcionais, onde não é possível a esterilização dos materias por nenhuma das formas acima descritas, pode se fazer uma desinfecção dos instrumentais da seguinte maneira: primeiramente realiza-se uma boa limpeza do instrumental, feito isso, fricciona-se álcool a 70 o no material por três vezes.

 

Mesmo sendo possível a utilização dos métodos descritos, recomenda-se que cada cliente tenha seu instrumento, leve-o para a manicure ou pedicure quando for necessário seu uso e faça a limpeza de seu material com detergente e escova sempre que este for utilizado.

 

 
 
enfermagem@hospvirt.org.br

 
 
Perguntas e Respostas


* Aluna do 4o ano de Graduação em Enfermagem - UNICAMP e bolsista de iniciação científica da FAPESP

ORIENTADORA: Profa. Dra. MARIA HELENA BAENA DE MORAES LOPES - Professora Assistente Doutora do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas - UNICAMP


Bibliografia Consultada

 

(1)  ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ESTUDOS E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (APECIH). Esterilização de Artigos em Unidades de Saúde. São Paulo, 1998.

(2)  COSTA, A.O.; CRUZ, M.S.S.; MASSA, N.G. Esterilização e desinfecção:  Fundamentos básicos, processos e controles. São Paulo. Cortez, 1990.

(2)  Relatório da OMS. Recomendações sobre métodos de esterilização e desinfecção ativa contra o Vírus da Imunodeficiência Humana.

 

 


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