Laerte A. Peres*Quadro esquemático sobre vacinação | Contra-indicações gerais para a vacinação Em 1798 um médico inglês observou que as mulheres ordenhadoras não adquiriam a doença da varíola, apenas as formas mais leves da doença. Ele decidiu, então, retirar material da lesão de uma ordenhadora e introduzir no braço de um menino de 8 anos, sendo que o garoto não apresentou nenhum sinal grave da doença. Após 47 dias o médico injeta material similar no garoto, mas desta vez extraído de uma pústula de um paciente com varíola e, mais uma vez, o garoto não apresenta sintoma nenhum, a experiência foi repetida mais tarde e o resultado foi o mesmo. Seu trabalho, no entanto, não foi aceito pela comunidade científica britânica. Foi somente em 1802, nos EUA, que alguns cientistas realizaram um trabalho crucial para a história da vacinação determinado a aceitação a imunização da varíola pela Comissão de Saúde daquele local. É por isso que o termo vacina vem de vaccinus, do latim vacca, pois foi à partir das exposições acidentais com a doença da varíola da vaca, é que o homem adquiriu imunidade artificial (MORAES, 1982). O termo vacinação, ou imunização, consiste em administrar antígenos processados em laboratórios no hospedeiro. Estas substâncias desencadeiam no organismo reações de imunidade, preparando as células para uma eventual invasão de microrganismos patogênicos(GUSHIKEN & CHAGAS, 1992). A vacina é um produto farmacêutico contendo agentes imunizantes em diversas formas como vírus ou bactérias vivas atenuadas, bactérias ou vírus mortos ou inativados e componentes purificados ou modificados dos antígenos (agentes causadores das doenças). Ela pode ser composta, além do agente imunizante, de proteínas ou outras substâncias originadas à partir da cultura de células ou do meio de cultura em que foi preparado a vacina, de líquido de suspensão (geralmente soro fisiológico ou água destilada), de conservantes e antibióticos (para evitar o crescimento de fungos e bactérias), estabilizadores e coadjuvantes (para aumentar o poder da vacina através do prolongamento da sua ação) (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998). A qualidade das vacinas que o Ministério da Saúde compra tem que obedecer os critérios padronizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e cada lote de vacinas é analisado em laboratórios do Ministério da Saúde, sendo elas liberadas somente se a qualidade, a segurança, a potência e a estabilidade estiverem dentro dos padrões estabelecidos. A qualidade das vacinas na unidades de saúde são mantidas através de uma rede de frios rigorosamente controlada a uma temperatura que não pode variar de +4 a +8 ºC, conforme recomendação da Divisão de Imunização do Centro Epidemiológico "Prof. Alexandre Vranjac" (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998).
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) que o governo realiza
traz, comprovadamente, vários benefícios, como é o
caso da erradicação mundial da varíola e da erradicação
nacional da poliomielite, sendo que esta última ainda é feita
imunização porque ainda existe alguns países que não
têm a doença sob controle. Para reduzir a morbimortalidade
causada por doenças infecciosas como a poliomielite, sarampo, tuberculose,
difteria, coqueluche, tétano e em algumas regiões a febre
amarela, o Ministério da Saúde padronizou algumas informações
técnico-científico baseado em experiências práticas
reunidas depois de anos de serviços de saúde (SECRETARIA
DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. GUSHIKEN, Célia Toyama & CHAGAS, Lídia G.C. Pinheiro. Imunização In: CURSINO,M.R. et al Assistência de Enfermagem em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1992. 2. MORAES, Nélson. Vacinas. Ciência Hoje ano 1, n.3, nov-dez/1982. p.68-69. 3. SÃO PAULO. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. COMISSÃO PERMANENTE DE ASSESSORAMENTO EM IMUNIZAÇÕES. CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA "PROF. ALEXANDRE VRANJAC" Norma do programa de imunização. 1998.
*Aluno do Curso
de Graduação em Enfermagem da Unicamp e bolsista de Iniciação
Científica da FAPESP
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