CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Érika Cristina J. Guimarães Paixão*

"Do óvulo fecundado à aquisição de plena autonomia, sintetizada na plena inserção social através do trabalho e da alteridade encontrada na união conjugal, o ser humano trilha um longo caminho, chamado de infância"(BIEHL, 1992).

A infância é uma das fases da vida onde ocorrem as maiores modificações físicas e psicológicas. Essas mudanças caracterizam o crescimento e desenvolvimento (CD) infantil, e precisam ser acompanhadas de perto. O acompanhamento do CD indica as condições de saúde e vida da criança, visando a promoção e manutenção da saúde, bem como intervindo sobre fatores capazes de comprometê-la (SIGAUD, VERÍSSIMO, 1996).

O Ministério da Saúde desenvolveu um Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC), estabelecendo um calendário mínimo de consultas para o atendimento de crianças de 0 a 5 anos: 1mês, 2meses, 4meses, 6meses, 9meses, 12meses, 18meses, 24meses, 3anos, 4anos e 5anos (SIGAUD, VERÍSSIMO, 1996).

A periodicidade pode ser alterada em casos de crianças com até 6meses cujo peso ao nascer tenha sido inferior a 2500g ou que já tenha sido desmamada, com déficit de crescimento ou problema de desenvolvimento. O acompanhamento de CD deve ocorrer sempre que a criança for ao serviço de saúde, seja para puericultura, imunização ou consulta de morbidade (SIGAUD, VERÍSSIMO, 1996).

O MANUAL DA CRIANÇA (1996) escrito pela secretaria de saúde da cidade de Campinas prevê consultas mensais até 7meses, 9meses, 12meses, 15meses, 18meses, 24meses, 3anos, 4anos e 5anos, sendo intercaladas consultas médicas com consultas de Puericultura realizadas pela enfermagem.

Durante uma consulta, a avaliação do CD é feita utilizando-se gráficos de crescimento, observação, histórico do desenvolvimento, além de levantamento e atendimento às preocupações dos pais. Em cima desses fatores levantados deve-se realizar educação em saúde.

SIGAUD e VERÍSSIMO (1996) recomendam que a enfermeira precisa familiarizar-se com as características do grupo etário ao qual pertence a criança a ser observada:

Enquanto educador em saúde, o enfermeiro compartilha com a criança e a família informações e conhecimentos quanto à avaliação de enfermagem da situação da criança; reforça condutas adequadas, ao desenvolvimento da criança, dos familiares; e discute propondo alternativas àquelas que julgar inadequadas. Apresentar informações sobre CD e necessidades infantis, bem como informações que favorecem o CD da criança (SIGAUD, VERÍSSIMO, 1996).

As orientações abrangem características do CD, alimentação (quantidade, qualidade e hábitos), higiene, sono, brincadeiras e estimulação, imunizações, formas de comunicação e relacionamento com a criança. SIGAUD e VERÍSSIMO (1996) entendem que o enfermeiro é o profissional de saúde em condições de desenvolver as ações de acompanhamento do CD, uma vez que tem conhecimento acerca do processo de CD e das necessidades da criança bem como sobre as formas de atendê-las.

Entretanto, no desempenho da função do enfermeiro, não basta técnica e afeição pela criança, mas também é necessário um "sentimento de infância, assim definido por considerar a criança sujeito de sua história e plena de direitos, nos quais ressalta o direito ao respeito, à liberdade e à dignidade"(BIEHL, 1992).

Enfim, o CD da criança precisava ser visto holisticamente; uma vez que os processos intelectuais-cognitivos ocorrem vinculados aos processos afetivo-motivacionais (TUNES, 1992). Porém, como consequência da visão holística do CD, estes precisavam ser vistos como processos interatuantes e para tanto seria necessário rediscutir e reformular os indicadores do desenvolvimento, elaborando indicadores que dessem conta da influência mútua dos processos biopsicológicos que guardam entre si.


*Bolsista de iniciação científica da FAPESP


Referências Bibliográficas

BIEHL, J.I. e col. Manual de Enfermagem Pediátrica Rio de Janeiro: MEDSI, 1992

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Manual da Criança Campinas,1996.

SIGAUD, C.H. Enfermagem Pediátrica São Paulo: EPU, 1996.

TUNES, E. É Possível uma Visão Holística do Desenvolvimento da Criança? Rev.Bras.Cresc.Des.Hum.II(2) São Paulo, 1992.


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